Adolescência: Como Podemos Mudar o Final Dessa História?

Como mãe de um menino e fundadora da Força Meninas, a série “Adolescência” me tocou profundamente. Não podemos perpetuar o abismo que tem se instaurado nas relações entre meninas e meninos. A trama de Jamie e Katie reflete uma realidade dolorosa que muitos jovens enfrentam diariamente: o cyberbullying e a violência de gênero. Essas questões não são apenas narrativas ficcionais; elas estão presentes na vidas de nossos filhos, alunos e amigos.


Ao refletir sobre a série “Adolescência” e os dados alarmantes da realidade, percebo a urgência de agir coletivamente para criar um ambiente digital mais seguro e acolhedor para todos.


Alguns dados que você precisa saber:


Cyberbullying – Feridas Invisíveis

No Brasil, 13,2% dos adolescentes já se sentiram ameaçados ou humilhados online; entre as meninas, esse índice sobe para 16,2%. Esses números não são estatísticas frias; são histórias de jovens que carregam cicatrizes emocionais profundas.


Impacto na Saúde Mental

O bullying está associado a depressão, ansiedade e baixa autoestima. Em casos extremos, pode levar a pensamentos suicidas. Como mãe, essa realidade me assusta e me mobiliza a agir.


Violência de Gênero Online

  • Misoginia: Entre 2017 e 2022, as denúncias cresceram quase 30 vezes, totalizando 74,3 mil casos.
  • Divulgação Não Consensual de Conteúdo Íntimo: Em 2018, a SaferNet recebeu 16.717 denúncias dessa prática.
  • Assédio Virtual: Mulheres negras e transgêneras são frequentemente alvo de mensagens ofensivas e ameaças.


Esses dados revelam um cenário alarmante que exige nossa atenção e ação imediata.


Mas o que é misoginia nas Redes Sociais?

Discursos de ódio contra mulheres cresceram significativamente nas plataformas digitais, perpetuando a violência de gênero. Alarmantemente, meninos entre 10 e 17 anos são os maiores consumidores desse conteúdo online. Como sociedade, precisamos refletir sobre o que está sendo ensinado aos nossos filhos e como podemos agir juntos para reverter essa tendência de aumento da violência contra meninas e mulheres.


O que podemos fazer?

A série deixa claro que não existe um, mas sim vários culpados para o desfecho trágico da história. Como o intuito deste texto é mudar a narrativa, convido vocês a refletirem comigo sobre como podemos mudar nossas atitudes.


Rede social e internet: precisamos compreender que o uso por crianças e adolescentes precisa ser monitorado e de acordo com a idade adequada. No Brasil, a idade do consentimento é de 13 anos. Já parou para pensar que deixar seu filho e sua filha sozinhos na internet, é como abandoná-lo em uma rua escura, repleta de estranhos mal intencionados prestes a abordá-los?


Neste contexto, seguem algumas recomendações que gostaria de compartilhar:

Para os Pais e aliados

  • Diálogo Aberto: Conversem regularmente com seus filhos sobre suas experiências online e offline.
  • Observação Atenta: Estejam atentos a mudanças comportamentais que possam indicar problemas relacionados ao bullying.
  • Participação Ativa: Engajem-se na vida escolar e digital de seus filhos, fortalecendo a conexão entre família e escola.


Pais de meninas: meninas confiantes e conscientes, são meninas seguras!

  • Consciência: Reconheçam que todos podem, inadvertidamente, perpetuar o cyberbullying.
  • Empatia: Ensinem suas meninas a pensarem antes de compartilhar ou comentar online.
  • Fortalecimento e informação: Conversem com seus meninas sobre privacidade e os perigos da exposição de sua imagem na internet.
  • Educação: converse os efeitos do cyberbullying e a importância da comunicação respeitosa.
  • Apoio Mútuo: Fortaleçam redes de solidariedade e respeito entre famílias.
  • Ação: Se seus filhas forem vítimas ou testemunhas de cyberbullying, dê apoio, incentive- a denunciar e procurem apoio. Cobrem da escola ações preventivas e punição de culpados.
  • Se os seus filhas forem as ofensoras, busque apoio profissional e atue na raiz do problema.


Pais de meninos: Vocês podem transformar essa realidade, transformem seus filhos em Agentes de Mudança

  • Questione Normas: Reflitam sobre comportamentos que perpetuam as desigualdades e violências.
  • Exemplo Positivo: Demonstrem respeito em todas as interações. Sejam exemplos de uma masculinidade positiva.
  • Educação: Busquem e compartilhem informações sobre a importância da igualdade com seus filhos e da construção de uma geração de respeito mútuo.
  • Ação: Se seus filhos forem vítimas ou testemunhas de cyberbullying, incentivem-nos a denunciar e procurem apoio. Se os seus filhos forem os ofensores, busque apoio profissional e atue na raiz do problema.


Pais e Escolas: Juntos Contra o Bullying e a Violência de Gênero

Escolas: precisam assumir proativamente a prevenção do problema.

  • Protocolos Claros: Estabeleçam códigos de conduta e procedimentos específicos para prevenir e lidar com casos de bullying.
  • Educação Contínua: Promovam atividades que incentivem empatia e respeito, integrando esses valores ao currículo escolar.
  • Ambiente Seguro: Implementem mecanismos eficazes de denúncia e ofereçam suporte socioemocional aos alunos.


Juntos Podemos Mudar Essa História!

A mudança começa agora, e cada um de nós é essencial nesse processo.


Promova o Respeito: Pratique empatia em todas as interações entre as diferenças.


Converse, reflita, compartilhe e colabore: Um final diferente para a adolescência precisa ser construído com todo nós!


Nós da Força Meninas queremos apoiar a mudança dessa história! Vamos juntos!

#Respeito #Igualdade #ForçaMeninas

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