Assédio: 5 dicas de segurança pessoal para pais protegerem suas meninas

Carnaval2020

“Ei linda, dê um sorriso” ou “Eu sei que você gosta”

Frases como estas, ditas por conhecidos ou estranhos, parecem inofensivas. Mas também são uma forma de assédio e, infelizmente, o número de mulheres que já passou por uma situação dessas é grande.

Para lidar com o assédio, principalmente na infância e adolescência, a aproximação dos pais é fundamental. Eles têm um papel importante na construção da autoconfiança e percepção dos limites de suas meninas como mostraremos a seguir:

Assédio: Leve sua menina a sério

Levá-las a sério é o primeiro passo para ajudá-las.

“Os pais precisam reconhecer que com a chegada da puberdade, elas provavelmente atrairão mais atenção”, diz David Anderson, psicólogo clínico no Child Mind Institute, destacando que por isso situações de assédio podem ser mais corriqueiras nesta fase.

Stephanie Dowd, psicóloga clínica do Child Mind Institute ressalta ainda que: “Temos tendência a minimizar essas experiências de assédio e quando dizemos: “Ah, isso não é grande coisa, acontece com todos” ou sugerimos que é apenas parte da vida da mulher, estamos afirmando que as meninas que se incomodam estão exagerando.”

Mas não exagere na superproteção

Anderson diz que também é importante lutar contra o instinto de superproteção. “É natural querer cuidar de sua filha, mas que seja de maneira realista, pois você não poderá estar ao lado dela todos os dias”, diz .

Em vez de superproteção, os pais devem estimular a confiança.

Não faça com que ela se sinta culpada

“Um dos maiores erros que cometemos ao discutir o assédio é sugerir que as mulheres atraíram o problema”, diz Anderson. “Meninas que são assediadas sexualmente não estão causando o assédio. Mas, muitas, acabam sentindo que trouxeram essa atenção negativa por conta da roupa usada ou por ser “muito legal”.

Anderson diz que a mensagem precisa ser a seguinte: “Isto não é sua culpa e no caso de alguém se comportar mal, quero garantir que você tenha as ferramentas para lidar com isso”.

Ajude sua filha a estabelecer limites

É importante dizer que: “Ninguém tem o direito de tocá-la se ela não quiser, seja no braço em volta do ombro, um beijo ou qualquer tipo de contato sexual.”

Para muitas meninas, ser ríspida ou reagir de forma negativa a uma investida é uma grande preocupação. “Algumas acham que se um menino é apaixonado por elas, devem beijá-lo apenas para não serem chatas”.

Para ajudar sua filha a avaliar seus sentimentos diante de situações desconfortáveis peça para ela responder, mesmo que mentalmente, as perguntas:

Você está dizendo sim, porque está preocupado em machucar os sentimentos dessa pessoa?

O tempo gasto com essa pessoa faz você feliz?

Os seus amigos estão pressionando você a sair com essa pessoa, mesmo que você não esteja interessada?

Essa pessoa está fazendo perguntas que a deixam desconfortável?

Preste atenção ao que ela está assistindo

“A mídia voltada para meninas foca a narrativa de que gostar ou chamar a atenção dos meninos é algo que elas devem aspirar”, diz Dowd acrescentando que: “Os pais precisam trabalhar para ajudar as meninas a se tornarem consumidoras inteligentes, ensinando-as a desenvolverem um olhar crítico”.

Portanto, converse com ela sobre o que ela lê e publica nas redes sociais e assiste na tevê.

Fale sobre o assédio nas ruas

De acordo com a organização Stop Street Harassment, 99% das adolescentes já experimentaram alguma forma de assédiosexual nas ruas. “O assédio pode ser comum, mas isso não significa que esteja tudo bem”, observa Dowd: “Se algo acontecer, certifique-se de que sua filha saiba se defender”.

O dilema do pai

Para os pais as situações de assédio podem ser mais complicadas de entender. “Eles geralmente não experimentaram o lado assustador da atenção indesejada”.

Sendo assim, muitos vivem pela primeira vez a experiência do assédio, depois de se tornarem pais de uma menina. É com elas que eles aprendem o quanto uma situação aparentemente normal pode ser perturbadora.

Estabeleça regras de segurança

À medida que as meninas envelhecem, é importante falar sobre algumas regras básicas para que se sintam seguras quanto ao possível assédio como evitar o álcool e as drogas, não aceitar convites de estranhos e manter o telefone com crédito para emergências.

Solidariedade sempre!

Se algo acontecer deixe claro à sua filha que você está ali para protegê-la. “É normal ter sentimentos remanescentes após se sentir assediada e, às vezes, leva algum tempo até que esses sentimentos assentem. Por isso dê tempo a ela e deixe claro que a ama e  a apoia, não importa o que acontecer”, diz Dowd.

Pular para o conteúdo