Resenha: Uma Dobra no Tempo e o poder das garotas

Por Luiza Pereira 

[Contém leves epoilers do filme “Uma dobra no tempo”]

O filme “Uma dobra no tempo” foi dirigido por Ava Duvernay e teve sua estreia nos cinemas no ano de 2018.

A narrativa conta com figuronas de holywood como a apresentadora Oprah Winfrey como a “Senhora Which” e a atriz Reese Witherspoon sendo a “Senhora QueÉ”.

O longa narra a história dos irmãos Meg (uma menina negra) e Charles Wallace (oriental, mestiço e adotado ainda bebê).

Uma Dobra no Tempo mais do que um filme sobre ciências fala do poder das garotas

As crianças filhas de um casal de cientistas que tenta entender os segredos do universo. Porém, o pai some um dia e não aparece mais.

Passam-se quatro anos do desaparecimento do cientista da NASA Dr. Alex Murry quando os irmãos Meg e Charles Wallace e o amigo Calvin, recebem a visita sobrenatural das Senhoras Which e Como e QueÉ.

As três mulheres levam as crianças em uma jornada científica, divertida e de autoconhecimento por meio do universo para buscarem o cientista desaparecido.

Elas passam por diversas provações e testes até chegarem ao local no qual, teoricamente, Murry se encontrava.

Durante toda a trajetória, a personagem Meg mostra-se insatisfeita consigo mesma.  Por exemplo, quando seu amigo Calvin elogia o seu cabelo, que é crespo e volumoso, a garota manda-o parar.

Em uma passagem, a personagem de Oprah diz para Meg que percebe que a garota não gostaria de voltar para a Terra como ela própria e a menina imediatamente pergunta se isso seria possível.

Ao longo da narrativa, Meg percebe o quanto ela é especial e como pode ser exatamente do jeito que ela é.

Senhora Which faz Meg entender que para cada um de nós existir são necessárias milhares de combinações do Universo.

Ava Duvernay e a atriz Storm Reid durante gravaçao de uma dobra no tempo
A diretora Ava Duvernay e a atriz Storm Reid, que interpreta Meg, a protagonista.

Para ajudar as crianças na busca, cada senhora entrega um presente para Meg: a Senhora QueÉ entrega para Meg “seus defeitos”. A princípio ela não entende, mas no fim da história são eles que fazem com que Meg alcance seu objetivo. Sua teimosia, falta de confiança nas pessoas e outros defeitos são na verdade qualidades essenciais.

Há também um momento em que “Aquilo” – coisa que toca o coração das pessoas e transforma seus sentimentos em raiva, ódio, tristeza e outras escuridões e que está infectando todo o universo – oferece para Meg uma versão “melhorada” de si mesma. Sendo uma menina de cabelo liso, sem óculos e com um corpo “perfeito”, porém Meg não aceita e escolhe continuar sendo ela própria.

Vale lembrar também o quão importante é o fato de quatro mulheres não brancas terem destaque na história.

A mãe de Meg, Dra. Murry, é uma cientista renomada que busca entender os átomos e as partículas e desenvolve um grande projeto junto com o marido.

Meg, a personagem principal, uma menina super inteligente, com capacidades acadêmicas incríveis e a Senhora Which são negras.

Já a Senhora Quem, uma mulher que alcançou um estágio de “inteligência” tão avançado que não fala por palavras próprias é uma mulher oriental.

Por fim, é muito bonito como o filme algumas das mulheres mais importantes da história da humanidade. Sendo elas Marie Curie, cientista e a primeira mulher a ganhar um prêmio Nobel; Frida Kahlo pintora mexicana feminista  e a poetisa e escritora negra norte-americana Maya Angelou.

Uma dobra no tempo transmite de forma leve e emocional, uma mensagem de força para as meninas, para negros e negras e para todos aqueles considerados fora da caixa.

Vale muito a pena assistir porque o filme mostra que garotas são inteligentes e capazes de conquistar aquilo em que acreditarem e podem tudo que quiserem.

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